Beirut é uma banda americana encabeçada por Zach Condon, que, com pouco mais de vinte anos, já recebeu críticas elogiosas da imprensa mundial por seus discos e EPs.
Só mesmo um talento extraordinário e a inquietação típica do artista nato explicam a trajetória de Zach Condon. Nascido num fim de mundo, no interior dos EUA, ele aprendeu sozinho a tocar vários instrumentos e, aos 16 anos, pôs a mochila nas costas para viajar pelo mundo absorvendo outras culturas. Voltou para casa e, após largar escola e faculdade, idealizou o Beirut, grupo que fez desse maestro com rosto de bebê um dos músicos mais festejados - e globalizados - da cena pop alternativa.
Zach Condon, além de compor todas as músicas e cantar, também toca trompete e ukulele.
" Toda música deve muito à miscigenação de culturas. O samba, por exemplo, nasceu quando o fado português mergulhou de cabeça nos ritmos africanos "
Em entrevista, Zach diz
- Queria pelo menos aprender a pronúncia. O português é o idioma mais bonito de cantar. Sou fã do Tropicalismo e adoro Jorge Ben Jor, Caetano Veloso, Os Mutantes, Os Novos Baianos... Depois de França e EUA, o Brasil é o país mais importante para mim.
Poucos compositores merecem tanto o rótulo manjado de "esponja musical" (seu terceiro disco, "March of the Zapotec/Holland EP", de 2008, tem canções inspiradas numa viagem ao México e faixas de seu projeto eletrônico, o Realpeople). O som do Beirut é esse emaranhado étnico cuja atmosfera volumosa vai da alegria ao desespero, com o choro feliz de um trompete ou a força tristonha de um contrabaixo. Lembra um bloco de marchinhas carnavalescas, e a voz cortante de Zach é, às vezes, turbinada por coros que remetem a procissões religiosas.
- Gosto de dizer que fazemos música folk que nunca existiu. Música folk que não pertence a um lugar específico. Nós a inventamos - diz o artista.
A globalização cultural é causa e consequência do trabalho de Zach. Suas primeiras andanças deram matéria prima para "Gulag", que ele gravou sozinho em seu quarto, tocando todos os instrumentos (é um gênio ou não?). Só depois de lançado o disco ele ganhou credibilidade para reunir uma banda (hoje, o Beirut tem oito músicos) e se mudar de vez para Nova York, a metrópole multicultural americana.
- Tinha morado aqui com meu irmão. Mas voltei para Santa Fé por total falta de grana - lembra-se. - Só que, mesmo em Nova York, eu fico meio deslocado. Nunca fiz parte do circuito badalado de bandas cool (risos). Não tenho nada a ver com o hype.