Blog Pessoal

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Depois vá, mas lembre-se sempre: "Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho." Gandhi

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Elephan Gun - Beirut

Elephant Gun

If I was young, I'd flee this town
I'd bury my dreams underground
As did I, we drink to die, we drink tonight

Far from home, elephant gun
Let's take them down one by one
We'll lay it down, it's not been found, it's not around

Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down

Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down

And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the night

And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the silence, all that is left is all that i hide

domingo, 14 de fevereiro de 2010

A Flor e a Náusea



Preso à minha classe e a algumas roupas,
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo? 
Posso, sem armas, revoltar-me? 

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre 
fundem-se no mesmo impasse. 

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.As coisas.
Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase. 

Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais e soletram o mundo, sabendo que o perdem. 

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa. 
Os ferozes padeiros do mal.Os ferozes leiteiros do mal. 

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo e dou a poucos uma esperança mínima. 

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu. 

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor. 

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.

É feia.
Mas é uma flor.
Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio. 
 Carlos Drummond de Andrade
Livro 'Rosa do Povo'


Publicado em 1945, Rosa do Povo é aclamado por inúmeros setores da crítica literária como a melhor obra de Carlos Drummond de Andrade, o maior poeta da Literatura Brasileira e um dos três mais importantes de toda a Língua Portuguesa.




sábado, 13 de fevereiro de 2010

Libelulamente


Quando criança eu acreditava piamente que libélulas eram fadinhas que vinham disfarçadas para a Terra e, assim, passava horas conversando com elas.




Algumas lendas afirmam que a libélula foi um dia um dragão, com escamas coloridas similares àquelas encontradas nas asas da libélula. O dragão era muito sábio e voava pela noite escura, espargindo a luz com seu hálito de fogo. Foi seu hálito de fogo que trouxe para o nosso mundo a arte da magia e a ilusão de mudar de forma. 

Todavia, chegou o dia em que o dragão sucumbiu à própria ilusão ao deixar-se enganar pelo ardiloso coiote, que o conveceu a mudar de forma para provar que possuía de fato poderes mágicos e não pôde mais retornar à sua forma primordial. Cartas Xamânicas


Uma fábula cativante:
"Dizem que havia uma colônia de vermezinhos graciosos no fundo de um lodaçal. De vez em quando, alguns subiam à superfície e nunca mais voltavam. Isso deixava perplexos aqueles que permaneciam no fundo.  O que será que tem lá em cima, que tipo de perigos pode haver? — eles se perguntavam.

Até que certo dia um deles acordou, pôs as duas mãos no coração e prometeu sinceramente aos seus irmãos: "Vou subir, e depois volto para contar a vocês como é o mundo lá em cima". Preparou-se muito bem, leu Osho e Henry Miller, armou-se de inocência e de coragem, aguou suas plantinhas, despediu-se dos amores, atualizou o blog, fez as malas — e subiu.

Ele tinha real intenção de voltar. Mas, assim que chegou à superfície, viu a Luz, transformou-se numa libélula, criou asas — entusiasmou-se! — e voou livre como um louco para o azul do céu...

E agora já não pode mais retornar ao fundo.

Morreria se voltasse!"
                                                 Por Edson Marques



Em homenagem a esses seres alados, brilhantes, misteriosos e encantados eu fiz uma tatoo.
 

Ler é essencial!


Adoro ler, uma herança materna.
Minha primeira leitura foi do livro Poliana de Eleanor H. Porter - umas das lembranças mais ternas que tenho de minha infância:
depois do almoço, ia para a sala de visita, que sempre estava com a janela aberta e com uma brisa cheirosa a balançar meu cabelo; minha mãe colocava uma música clássica para mim, e eu passava a tarde deitada no sofá, aventurando-me com Polly a ver um cristal transformar a luz do sol em um arco-íris e a ensinar a todos o jogo do contente!